Dia do Nordestino - 08 de Novembro

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Evasão escolar e Educar para preservar - DN

Na íntegra duas grandes matérias do Diário de Natal

26 de agosto de 2009
Evasão na escola pública atinge metade dos alunos do RN
Unicef traz números alarmantes sobre o estado, cujos índices, porém, estão entre os melhores do Nordeste
Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@diariosassociados.com.br
Foto ilustrativa Maria da Paz
Alunos da Escola Municipal "José Arinaldo Alves" - Macaíba RN, participando de atividade extra-classe.

O flanelinha João Maria Paulino Soares, quando criança, tinha o sonho de ser professor de inglês. Hoje, aos 36 anos, não alimenta mais esse sonho. Aos 18, teve que parar de estudar porque casou e precisava dar o sustento da família. História semelhante tem o motorista Márcio Pereira da Silva, 30. Quando cursava o Ensino Médio, teve que interromper os sonhos de ser professor de educação física para trabalhar, porque foi pai cedo. A comerciária Aline Batista Guedes, 25, pensava em ser médica. Uma gravidez precoce a tirou do percurso, quando ainda fazia o 7º ano.
João Maria, hoje com 36 anos, explica que largou os estudos aos 18 porque casou e precisava sustentar sua família.
Eles fazem parte do grupo de estudantes que engrossam as estatísticas de evasão na rede escolar pública do Rio Grande do Norte, que tem apresentado baixas taxas de conclusão nos ensinos Fundamental e Médio. No Fundamental, em 2006, houve 64.966 matrículas na 1ª série, mas apenas pouco mais da metade - 34.678 alunos - conseguiram concluir. Esse número representa 53% das matrículas. No Ensino Médio, para 69.713 matrículas, 30.590 alunos concluíram, ou seja, 43,8%. 'Agora, o meu sonho é ter apenas o que comer amanhã, cada dia é uma história. Hoje lavei três carros e ganhei algumas gorjetas, estou com R$ 20 no bolso, o suficiente para o almoço de amanhã', relata João Maria.

Já a comerciária Aline Batista lamenta o sonho interrompido e demonstra esperança em retornar aos estudos: 'sei que errei em engravidar cedo e parar de estudar, mas pretendo um dia voltar aos estudos, pois se não trabalho hoje sei que é por causa disso'.

Os dados são do relatório "Situação da infância e da adolescência brasileira 2009": o direito de aprender: potencializar avanços e reduzir desigualdade, publicado recentemente pelo Unicef, que aponta as desigualdades na educação brasileira, especialmente étnicorraciais, regionais e socioeconômicas, além das relacionadas à inclusão de crianças com deficiência. O Unicef considera que o olhar sobre esses desafios permite graus cada vez mais detalhados e específicos de concepção e implementação de políticas públicas e programas que reduzam as desigualdades.

O relatório mostra que apesar dos índices baixos, o RN ainda conseguiu o segundo lugar no Nordeste na permanência do aluno em sala de aula no Ensino Fundamental. O primeiro é o Ceará, com 67% e o último é Sergipe (33%). Já no Ensino Médio, o RN tem o quarto lugar. O primeiro é a Bahia com 48,2% e o último é Alagoas (39,7%)."





26 de agosto de 2009
Educar para preservar
Caern usa mamulengos para conscientizar sobre importância da água
Roberto Cavalcanti // robertocavalcanti.rn@diariosassociados.com.br

"Educação pela preservação". Este é o foco da campanha de conscientização ambiental da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). O teatro foi apresentado nas comemorações de Nossa Senhora Auxiliadora, padroeira de Felipe Camarão. Desde 2001, a companhia faz um trabalho nas escolas, voltado para a importância da água e do esgoto. O mamulengueiro Heraldo Lins usa os personagens João Redondo e Benedito par conscientizar, sempre valorizando a tradição nordestina. Os fantoches retratam os estereótipos do briguento e do pão duro.
Maria Eduarda dos Santos, 14 anos, estudante do 5º ano do Ensino Fundamental, relata a necessidade de projetos como esse. 'É muito importante, porque as pessoas se divertem ao mesmo tempo que adquirem conhecimento de como utilizar a água sem disperdício'.
A também estudante do 5º ano do Ensino Fundamental Juliana Pinheira Braz, 12, ressaltou que muita gente joga água fora e não se preocupa em economizar. Segundo ela, o teatro demonstra de forma alegre a falta de compromisso das pessoas com o futuro do planeta. 'As pessoas aprendem com humor o que fazer para não desperdiçar a água'.
Em uma das apresentações, os personagens da vovó e do netinho conversam sobre a necessidade de varrer a calçada e não usar a mangueira. O mamulengueiro Heraldo Lins construiu o texto a partir de informações repassadas pela Caern e diz que a interação com o público é muito boa. 'As crianças assimilam tanto que chegam a patrulhar os pais quando estao em casa'.
O trabalho de educação ambiental é feito a partir da necessidade de economizar água durante o banho, ao escovar os dentes, tirar a barba, regar as plantas, lavar louça, entre outras, além da distribuição de panfletos educativos com mais dicas de como economizar água."

Nenhum comentário: