Dia do Nordestino - 08 de Novembro

terça-feira, 30 de março de 2010

Boca livre

Boca Livre e 14 Bis
Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, carater, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sussegado qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

E me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, carater, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sussegado qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

E me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, carater, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sussegado qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

O amor é ...




Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões (1524-1580)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Chico Buarque e o Leite Derramado - Pesquisa


O nome dele é Francisco Buarque de Hollanda. Conhecido mesmo como o Chico Buarque, carioca geminiano de 19 de junho de 1944. Músico, dramaturgo e escritor brasileiro, dentre tantas qualidades. Seu pai era ninguém menos que o historiador Sérgio Buarque de Holanda.
Chico Buarque de Holanda iniciou sua longa e de sucesso carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção A Banda, o Festival de Música Popular Brasileira. Em 1969, devido à repressão da Ditadura, exilou-se na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democracia brasileira. Na carreira literária, foi ganhador do Prêmio Jabuti, pelo livro Budapeste, lançado em 2004.
Vamos conhecer agora algumas Musicas Chico Buarque que marcaram sua carreira como clássicos da música brasileira.
A letra abaixo é de Calice Chico Buarque, uma das mais importantes músicas que criticava a ditadura, dando dupla conotação a “cálice”.

Pai! Afasta de mim esse cálice (cale-se)
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue…(2x)

Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta…

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue…

Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Prá a qualquer momento
Ver emergir
O monstro da lagoa…

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue…

De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra
Presa na garganta
Esse pileque
Homérico no mundo
De que adianta
Ter boa vontade
Mesmo calado o peito
Resta a cuca
Dos bêbados
Do centro da cidade…

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue…

Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar
Até que alguém me esqueça
(Cálice!)

O último grande Livro Chico Buarque é Leite Derramado.


Leite Derramado

A história do livro Chico Buarque é a seguinte - leite derramado chico buarque: Um homem muito velho está num leito de hospital. Membro de uma tradicional família brasileira, ele desfia, num monólogo dirigido à filha, às enfermeiras e a quem quiser ouvir, a história de sua linhagem desde os ancestrais portugueses, passando por um barão do Império, um senador da Primeira República, até o tataraneto, garotão do Rio de Janeiro atual. A visão que o autor de leite derramado chico buarque nos oferece da sociedade brasileira é extremamente pessimista: compadrios, preconceitos de classe e de raça, machismo, oportunismo, corrupção, destruição da natureza, delinquência.
A saga familiar marcada pela decadência é um gênero consagrado no romance ocidental moderno. A primeira originalidade deste livro, com relação ao gênero, é sua brevidade. As sagas familiares são geralmente espraiadas em vários volumes; aqui, ela se concentra em 200 páginas. Outra originalidade é sua estrutura narrativa. A ordem lógica e cronológica habitual do gênero é embaralhada, por se tratar de uma memória desfalecente, repetitiva mas contraditória, obsessiva mas esburacada.
O texto é construído de maneira primorosa, no plano narrativo como no plano do estilo. A fala desarticulada do ancião, ao mesmo tempo que preenche uma função de verossimilhança, cria dúvidas e suspenses que prendem o leitor. O discurso da personagem parece espontâneo, mas o escritor domina com mão firme as associações livres, as falsidades e os não-ditos, de modo que o leitor pode ler nas entrelinhas, partilhando a ironia do autor, verdades que a personagem não consegue enfrentar.
Em suas leves variantes, as lembranças obsessivas revelam sutilezas ideológicas e psíquicas. E, como essas lembranças têm forte componente plástico, criam imagens fascinantes. Tudo, neste texto, é conciso e preciso. Como num quebra-cabeça bem concebido, nenhum elemento é supérfluo.
Há também um jogo com os espaços onde ocorrem os acontecimentos narrados. As várias casas em que o narrador morou, como as décadas acumuladas em suas lembranças, se sobrepõem e se revezam.
O fato de nem no fim da vida o homem de leite derramado chico buarque compreender e aceitar o que aconteceu torna seu drama ainda mais lamentável. Os enganos ocasionados por seu ciúme são tragicômicos, e o escritor os expõe com uma acuidade psicológica que podemos, sem exagero, qualificar de proustiana. Leyla Perrone-Moisés

domingo, 7 de março de 2010

Mal entendido, sabedoria ou ignorância ? - Da Paz





Mal entendido, sabedoria ou ignorância?
Maria da Paz
Macaíba/Fevereiro de 2010

Menina! eu nem te conto. Quer dizer, conto!!!
Eu moro, ou melhor, eu trabalho em um apartamento
de luxo, num condomínio de elite, num bairro
nobre da Capital do Sol.
Minhas amigas suspirando pelos cantos diziam assim:
- Ah que família linda! e o teu patrão?!!
- Oh que família!!! Além de lindos são podres de ricos.
Mas, eu atrapalhando, digo mesmo:
- Lindos? ricos? vocês estão por fora! São ricos não.
Na verdade são podres de pobres. Eles não tem nada não.
- Ué?!! Como tem nada não, estás doida mulher?
Que coisa feia, difamando os patrões. E esse luxo todo?
- Digo e repito: Tem nada, na-da, nada.
Até o fogão é emprestado.
- Que mentira, deixa disso!
- É sim. O fogão, a cafeteira, o liquidificador,
a sanduicheira, a batedeira e até o forno micro ondas
são de um sujeito chamado "ARNO" com letra maiúscula,
minha filha. E a geladeira??? A patroa diz: - Cuida
bem que é pra não arranhar que é da Britânia! Os
armários são de um gay!
- Gay???!! que gay?
-Ah! Isso eu não sei, mas eles dizem: esses armários
são da "Delano". Vê se pode!? Tudo alheio. Toalhas?
da Teca! As roupas!? umas são de um tal de Pool, outras de um
cara chamado Pierre.
- Minhas filhas, para seus governos,
até as cuecas são de um rapaz que se chama Kelvin clai.
- Mas, eu carrão da patroa?
- Uh! da patroa vírgula, é de uma mulher
que eu não conheço, mais sei que se chama Mercedes.
É uma pobreza só. O patrão é o mais cara de pau de todos,
quando os amigos de trabalhos vem o visitar ele diz:
Vamos tomar uma cachacinha? essa é das boas,
é de Vitória de Santo Antão, se é o wisque ele diz:
- esse é Jone Uoque. Vocês podem acreditar, a pindaíba
é tão grande que as bolsas e as sandálias também são
emprestadas - elas pedem sandálias uma tal de
Ana bela, Ana Rosa, da Ivete, da Xuxa,
as botas é de uma moça lá Rio Grande do Sul, a Renata.
AS pobres pra não viverem tão feias, usam a maquiagem
alheia, dizeram que é de uma anciã, é da Dona Helena Rubstaen.
E o creme? É da Dona Nívea. Meu Deus, até o sabonete é de um
tal Senador. Que tristeza, que horror!

Um caso de poesia - Carlos Drummond de Andrade



"Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez, Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pala chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: -Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia". (Carlos Drummond de Andrade).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Daudet Bandeira disse


Não é uma estrela nem é um cometa,
Não é um discurso nem é um sermão,
É a poesia deusa do sertão!
Na vanguarda de cuidar do planeta!
Desviar o raio ultravioleta,
Apagar queimadas da aba da serra,
Cegar o machado e a moto-serra
Para inibir o desmatamento,
Livrar o planeta do aquecimento,
Lavar o espaço e salvar a terra!!
Margear de flores o velho caminho!
Ajudar a abelha a fazer o mel,
Como o cão de caça, amigo fiel,
Que não deixa o dono na mata sozinho!
Ver o João-de-barro construir o ninho
No pé de ameixa perto do oitão!
Rever o vaqueiro vestido em gibão,
Ouvir o gemido do carro-de-boi!
Voltar ao que antigamente foi,
Deixar a cidade e morar no sertão.
Levar uma vida pacata e serena,
Preservar as fontes de nossa cultura,
Ter o cordel como a literatura
Mais original romântica e amena!
Assistir à missa, o culto, a novena,
E não descuidar da religião!
Respeitar a nossa Constituição
Na aplicação dos nossos alcaides,
Viver sem estresse sem ódio e sem adis,
Sem droga e sem câncer, sem poluição!

Sinônimos - Maria da Paz

As vezes fico pensando! como pode um caipira, sair de seu chão seco, vai para os grandes centros produzir verdadeiros clássicos músicais que se transformam em hinos. Analizando bem, os maiores e melhores cantores da MPB são nordestinos, o que contrariaram as linhas do destino. Zé Ramalho com seu intelecto apurado, sabe tudo. É uma enciclopédia, meu Deus! Minha inveja é do bem. Quero esse cara fazendo muitos milhares de poemas, para alegrar nossos ouvidos.


Sinônimos
Sinônimos
Zé Ramalho
Composição: Chitãozinho e Xororó/ Zé Ramalho

Quanto o tempo o coração, leva pra saber
Que o sinônimo de amar é sofrer
No aroma de amores pode haver espinhos
É como ter mulheres e milhões e ser sozinho
Na solidão de casa, descansar
O sentido da vida, encontrar
Ninguém pode dizer onde a felicidade está

O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar

Quem revelará o mistério que tenha fé
E quantos segredos traz o coração de uma mulher
Como é triste a tristeza mendigando um sorriso
Um cego procurando a luz na imensidão do paraíso
Quem tem amor na vida, tem sorte
Quem na fraqueza sabe ser bem mais forte

Ninguém sabe dizer onde a felicidade está
O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar

O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar

Sinônimo de amor é amar
Sinônimo de amor é amar

O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônimo de amor é amar

Quem revelará o mistério que tem a fé
E quantos segredos traz o coração de uma mulher
Como é triste a tristeza mendigando um sorriso
Um cego procurando a luz na imensidão do paraíso

O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar
Quem ama nunca sente medo
De contar o seu segredo
Sinônino de amor é amar