Dia do Nordestino - 08 de Novembro

domingo, 25 de março de 2018

A Hora do Amor - Agnaldo Timóteo

A Hora do Amor é uma canção de Agnaldo Timóteo.
Também lembrada com o título  O Relógio da  Praça,
me lembra o parquinho armado na Rua João Pessoa,
onde toda tardinha íamos brincar.
A música de fundo,entre tantas, lembro-me muito bem dessa

O Relógio da Praça - Agnaldo Timóteo com fotos de Picuí PB
























Há quanto tempo estou chorando 
Todo dia toda hora
Tudo mudou de repente
Já não vivo como outrora
Meu amor está tão longe
E até já me esqueceu
O relógio lá da praça
Não se cansa de marcar
O tempo de sofrer, o tempo de esperar
Mas nunca ele pode a hora de amar
E desse modo solitário
Sem motivo pra viver
Vou seguindo meu caminho
Só lembrando de você
Meu amor está tão longe
E até já me esqueceu
Se o relógio lá da praça
Ela um dia escutar
Por certo entenderá
Que estou a lhe chamar
Pra viver outra vez
A hora de amar

sábado, 3 de março de 2018

Matuto No Cinema
Jessier Quirino
Compositor: Jessier Quirino


E o matuto, rapaz...

Anafalbeto de pai e mãe... e parteira

E sai do sertão pra capital

pra assistir um filme estrangeiro legendado

quando ele volta pro sertão,

mas ele num conta o filme todinho?



"má rapai

eu fui lá na capitá rapai

eu assisti um filme altamente internacioná

pense num filme internacioná!

e tem uma coisa: um filme mafioso...

um fime mafioso...

Ói tinha dois atista:

tinha o atista que sofria e o atista que salvava.

Meu cumpadi

o atista que sufria: pense num cabra corajoso!

Rapai, o caba num tinha medo de nada não rapai!

Rapaz, os bandido!

os bandido pirigoso que só buchada azeda!

invocado que só um fiscal de gafiera

sério que nem um porco mijano!

tinha o dedo da grussura de um cabo de foimão!

amarraro o atista com imbira!

e tem uma coisa: imbira dos Estado Zunido,

num tem quem se solte não rapaiz!

Amarraro o atista com imbira,

butaro o caba sentado a força numa cadera

ai chego o bandido, buto o dedo na cara do atista e

disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá, num

sei que lá, num sei que lá.

Tá pensano que atista teve medo rapaiz?

O atista amarrado com imbira rapai, teve que ouvi

tudinho,

mas muito do tranquili, olhô pa cara do bandido assim

e disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá o quê

mermão???

mas rapaiz...esse bandido inchô feito um cururu no

sal, num sabe?

isfregô o dedo na cara dele assim e disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá, num

sei que lá, seu fila da puta!!!

Tu tá pensano que o atista teve medo?

oxe, amarrado com imbira, do jeito que tava,

ficô muito do tranquili, olhô assim pro vbandido e

disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá o

carai!!!

Mas meu cumpadi, esse bandido pegô um ar, pense numa

pegada de ar!

MAs raái, foi uma pegada de ar tão mudida do poico!

ai puxô uma chibata feita de virola de pneu de

caminhão, num sabe,

mais cumprida de que uma língua de manicure,

deu-lhe uma chibatada tão aparetada a um coice de

besta parida,

que ficô iscrito assim da taba dos quexo pa porta da

orlha do individuo:

FIRESTONE

eu sei que nessa hora, no mei dos bandido,

tinha um que era do time do atista, rapai

do time da gente, num sabe?

e ele tava camuflado feito rapariga de pastô:

num tinha quem desconfiasse, rapaiz!

camuflado la por dento, e ele tinha um relógio, puxado

pa telefone,

ai ele foi prum pé de parede cum relógio dele

aí passô o bizu pa puliça que tava lá em baixo

ele pégô o relógio e disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá, num

sei que lá, num sei que lá,

contô tudinho à puliça

a puliça lá em baxo nos carro uvindo tudo pelos radio

e a puliça dos estado zunido, num se veste de puliça

não!

se veste de adevogado!

Aí a puliça dento dos carro só fez pegá o rádio

e chamá os carro tudim dos estado zunido rapaiz:

acunhe, acunhe, acunhe, acunhe, todos os carro

acunhe, que o negocio é serio,

acunhe, acunhe, acunhe, acunhe,

aí os carro acunharo,os carro acunharo, acunharo

aí era mais carro em cima do prédio, de quê romero em

cima de Pade Ciço

o prédio, rapai era um prédio grande,

tinha uns 2 ou 3 andá,

ou era um colégio de frera, ou era uma prefeitura

eu sei que num tinha quem entrasse:

um prédio todo de vrido, infeitado feito pintiadera de

rapariga, num sabe?

aí a puliça tome corda, tome corda, tome corda, tome

corda,

quando a gente pensava que era a puliça que ia subi

por fora do predio

pra salvá o atista,

aí veio o momento mais arrepiadô do filme, rapaiz!

foi quando chegô o atista principal, o atista

salvadô!

e ele vêi num avião daquele,

daquele avião que tem uma penera em cima, num sabe?

aí o avião vei

e o avião num vuava não: era parado, viu!

o avião ficô parado em cima da prefeitura,

pela capota de vrido a gente já via o atista, rapaiz

o atista forte com os peitão,

2 cinturão de bala, uma ispingarda da grussura dum

cano de esgoto, rapai,

aí o atista fico assim na porta do avião

Ó o nome do atista: Arnô Saijinegue!

agora, num é esses arnô saijinegue do sertão,

que dá no cu de todo mundo não!

é Arnô Saijinegue importado,

ou é da Chequilováquia, ou é da Bolívia, tá

entendendo?

Eu sei que o Arnô Saijinegue ficô9 na porta do avião

aí o chofer do avião olhô pra ele e disse:

acunhe! Pode pulá!

ai ele pulô la de cima, pulô la de cima, bateu no

telhado, furô a laje,

bateu mermo no jugá onde o atista tava preso com o s

bandido,

pego os bandido tudo desprevinido, comendo cuzcuz com

leite, rapaiz,

eu sei que nessa hora, o atista pegô a ispingarda

disse:

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá,

num sei que lá, num sei que lá, num sei que lá,

ói ele matô tudinho!

aí apariceu mais bandido, e foi briga de sê midida a

metro!!

ele deu um tabefe no cor da orelha dum caba lá chamado

Mané Capado,

que ele borbuletô uns 2 palmo e caiu no chão feito uma

jaca mole

aí eve um bandido, rapaiz,

que homilhô o atista com uma dedada aonde as costa

muda de nome.

Meu cumpadi, esse homi ofendido na região glútea virô

uma fera

e entre a rapideiz da dedada e a imediatidade do êpa,

deu-lhe um berro nas oiça do sujeito que iscurrego na

froxura e caiu sentado.

Nessa hora, meu cumpadi, o atista partiu pra cima

dele

com um gênio de 150 siri dento de uma lata de

querosene,

deu-le um sopapo no serrote dos dente,

que chuveu canino, molar, e incisivo, por 3 dia no

sítio Boca Funda.

aí nessa hora, meu cumpadi, o bandido principal saiu

num derrapo de velocidade,

ai o atistao atista deu-lhe um chuvaréu de bala, meu

cumpadi,

que a gente teve que se abaxá dento do cinema,

aquelas letrinha que passa lá no filme ele derrubô

umas 140,

e eu ainda peguei umas 4: taqui pra você vê!!!