Dia do Nordestino - 08 de Novembro

domingo, 15 de novembro de 2015

Faltam 46 dias para se findar o ano




A felicidade corre sem parar
Bela é uma cidade velha
Na velocidade a tarde leva o teu olhar
Longe descansar na estrela

E um corpo passa por mim
Água do rio na areia
Adormecendo assim
Esta pedra em mim
E meu leito clareia

Fosse paixão frenesi
Doce ilusão moça bela
A solidão mora aqui
E a cidade é sem fim
Qual a tua janela

Tudo igual
Tal e qual
Fosse paixão


sábado, 14 de novembro de 2015

Samarco - Vale do Rio Doce e Tragédia de Marília






Conheça a Samarco, mineradora por trás da tragédia de Mariana

A Samarco é a 10a maior exportadora do Brasil, formada por um joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, a maior empresa de mineração do mundo. 
Por Carlos Dias

Barragem rompida da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana
Barragem rompida da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana
A Samarco - mineradora cuja barragem se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana -  é a 10ª maior exportadora do País e fabrica pelotas, matéria-prima para fabricação de minério de ferro.
Fundada em 1977, a companhia tem uma capacidade de produção de 30,5 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano.
A empresa tem representações em Minas Gerais (Unidade de Germano, em Mariana) e no Espírito Santo (Unidade de Ubu, em Anchieta), além de escritórios de vendas em Vitória (ES), Amsterdam (Holanda) e Hong Kong (China). Emprega cerca de três mil trabalhadores e mantém uma cadeia de de 3,5 mil fornecedores.
A Vale é uma das acionistas da Samarco, com uma participação de 50% no capital por meio de uma joint venture com a BHP Billiton, a maior empresa de mineração do mundo.
A BHP Billiton foi criada a partir da fusão da Broken Hill Proprietary Company (BHP), empresa autraliana, com a Billiton, empresa inglesa que tinha extensiva operação na África do Sul.
Às 14h43, as ações ordinárias da Vale na BM&FBovespa caiam 7,32% enquanto o Ibovespa, índice dos papéis mais negociados na bolsa, sofria uma queda de 2,63%.
De acordo com a consultoria Economática, a Vale tem um valor de mercado hoje de R$ 119,112 bilhões. O registro histórico de valor de mercado da empresa foi em maio de 2008, quando valia R$ 295,087 bilhões, também de acordo com a Economática.
Unidades industriais
As unidades industriais localizadas em Minas Gerais e no Espírito Santo são interligadas por três canais com cerca de 400 quilômetros de extensão cada, servindo para transportar a polpa de minério de ferro do estado mineiro para o solo capixaba.
A extração e beneficiamento do produto é realizada nas Minas de Germano e de Alegria, situadas nas cidades de Mariana e Ouro Preto (MG).
Em Anchieta (ES), se encontram as quatro usinas de pelotização que transformam o minério de ferro recebido em pelotas. Toda a produção da Samarco é escoada através de um terminal marítimo próprio que fica localizado na região de Ubu, no mesmo município, segundo informações divulgadas pela empresa.
 
SEJA CURIOSO. LEIA E SAIBA O QUE DIZER NAS RODAS DE CONVERSA. É MUITO FEIO SER PAPAGAIO DE PIRATA E REPETIR SÓ O QUE INTERESSA A ALGUNS. 
 A venda da Companhia Vale do Rio Doce coloca no balaio acusações de propina no leilão, vícios no edital de venda, acusações de que empresa foi subavaliada no negócio; que a empresa americana Merrill Lynch teria repassado informações estratégicas aos compradores meses antes da venda; queparte do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra da Vale foi obtida por meio de empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E ficou no ar a sensação de que foi um jogo de cartas marcadas.

A transação ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com a implantação da privatização das estatais brasileiras. A segunda maior empresa brasileira, maior produtora de minério do mundo, foi vendida por R$ 3, 3 bilhões de reais em 1997 e o valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões de reais, ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago pela empresa. O Consórcio Brasil, formado pela Companhia Siderúrgica Nacional, a Bradespar (do grupo Bradesco) e o fundo de investimentos Previ, arrematou 41,73% das ações por R$ 3,3 bilhões, o suficiente para assumir o controle da empresa.

Ficou no ar a sensação de que foi um jogo de cartas marcadas. Resultado: circulam na Justiça mais de 107 ações que questionam a legalidade do leilão.

Breve histórico da Vale

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) é segunda maior empresa brasileira, maior produtora de minério do mundo, presente em 14 estados brasileiros, com um lucro líquido anual de mais de R$ 20 bilhões de reais, foi criada por decreto em 1° de junho de 1942, em plena ditadura do Estado Novo, depois que Getúlio Vargas encampou as reservas de ferro do empresário Percival Farquhar.

A Companhia do Vale do Rio Doce iniciou suas atividades em Itabira (em tupi, pedra que brilha), então uma pacata cidade do interior de Minas Gerais. Carlos Drummond de Andrade (1902–1987), um dos maiores nomes da poesia brasileira, natural de Itabira, a descreveu como cidade que tem "noventa por cento de ferro nas calçadas; oitenta por cento de ferro nas almas".

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a empresa foi incluída no Plano Nacional de Desestatização (PND), uma política responsável pela privatização de aproximadamente 70% do patrimônio nacional. Argumentando que a venda da Vale iria diminuir a dívida brasileira. A Vale, avaliada em R$ 92 bilhões, foi vendida por pouco mais de R$ 3 bilhões. 

Com a venda de 33% das ações pelo valor de R$ 3,3 bilhões, o controle acionário foi passado à iniciativa privada em 1997. O Consórcio Brasil, formado pela Companhia Siderúrgica Nacional, a Bradespar (do grupo Bradesco) e o fundo de investimentos Previ, arrematou 41,73% das ações por R$ 3,3 bilhões, o suficiente para assumir o controle da empresa. Ficou no ar a sensação de que foi um jogo de cartas marcadas. Parte do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra da Vale foi obtida por meio de empréstimos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O consórcio autorizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para avaliar a mineradora e elaborar o edital de licitação foi liderado por uma empresa nacional que servia de fachada para a companhia norte-americana Merill Lynch. A lei determina que empresas nacionais deveriam estar à frente desse tipo de consórcio.

A Merrill Lynch teria repassado informações estratégicas aos compradores meses antes da venda. Além disso, ela teria infringido a legislação pelo fato do grupo Anglo American ter participado do processo e venda através da empresa Projeta Consultoria Financeira S/C LTDA, caracterizando ilegal vínculo entre a organização autora do projeto e um dos licitantes. O processo teria sido marcado por outras irregularidades, como a participação como consultor do Banco Bradesco, que mais tarde viria a se tornar um dos acionistas da companhia.

Os bancos escolhidos para a avaliação da companhia utilizaram apenas o critério de fluxo de caixa existente à época. O valor das reservas de minério de ferro concedidas à empresa, não foram incluídos na avaliação. Além de excluir todo o ouro no subsolo que poderiam ser considerados patrimônio da empresa.

A Companhia Vale do Rio Doce é hoje a segunda empresa mais lucrativa de mineração do mundo. A Vale era um complexo industrial com 54 empresas, maior produtora e exportadora de ferro do mundo, com concessão de duas das maiores ferrovias do planeta e hoje vale quase R$ 100 bilhões.

Em dezembro de 2005, Selene Maria de Almeida, juíza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou a retomada do julgamento de diversos processos judiciais contra o leilão da Companhia, que haviam sido julgados improcedentes em 2002. Essa foi uma das motivações para a organização do plebiscito popular. A anulação do leilão significaria o retorno da empresa ao controle do Estado. O resultado o plebiscito, realizado entre 1 a 7 de setembro de 2007, com a participação de mais de 3 milhões de brasileiros, foi que 94,5%  responderam que a empresa deve ser reestatizada.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Retratos do Passado - Onildo Barbosa

Retratos do Passado - Onildo Barbosa

Meu sertão de minha vida.
Caminhos por onde andei
Casa velha onde nasci
Açudes que me banhei.
Estradas de chão batido
Chapéu de couro curtido
Lua cheia de verão,
Cheiro de curral de gado
São retratos do um passado
Na minha imaginação.

Caminhos tortos, riacho,
Porteira aberta, vazante.
Gravatá brotando cacho
Um sol se pondo distante
Rastros de pássaros na areia,
Sorriso de lua cheia,
Cantiga de azulão,
Um rouxinol no telhado
São retratos do passado
Na minha imaginação.

Um corocoxó de sapos
Brindando a água barrenta
Cabritos dando sopapos
Enquanto a cabra amamenta
Lençol de saco estendido
Um entardecer chovido
Um pé de manjericão
Num pote velho quebrado
São retratos do passado
Na minha imaginação.

Um ninho de patativa
Feito de folha e raiz
A plantação de maniva
Um sertanejo feliz.
Boi comendo na baixada,
Uma viola afinada
Um poeta, uma canção,
Um martelo agalopado,
São retratos do passado
Na minha imaginação.

Uma jurema florida
Numa manhã de neblina
Uma cabana pendida,
Uma cerca de faxina
Uma briga de caçote,
A jia dando pinote
Na beira do cacimbão
Um cururu escanchado
São retratos do passado
Na minha imaginação.

Uma rolinha cantando
No galho da goiabeira
Um jumento se coçando
Nas estacas da porteira
Uma fogueira queimando
O cheiro do milho assando
No braseiro do fogão,
Rádio de pilha ligado
São retratos do passado
Na minha imaginação.

Um jumento relinxando
Uma jumenta no cio
A meninada brincando
De peteca e currupio
Umbuzeiro de estrada
Uma algaroba copada
Catagem de algodão,
Um bizerro encurralado
São retratos do passado
Na minha imaginação.


Na forquilha da cozinha
Um ninho de jão de barro
Uma rã pequenininha,
Escondida atras do jarro
Num formato de atilho
14 espigas de milho
Penduradas no oitão,
Um marimbondo arranchado
São retratos do passado
Na minha imaginação.


MOTE: Quem não valoriza sua cultura, Não merece ser respeitado”

 Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado

Nivaldo Cruz      Credo – 26.12.2014
Grupo folclórico Araruna de Bom Jesus RN
 Grupo folclórico de Macaíba RN
Grupo Folclórico de  Vera Cruz

Quem critica o seu falar
Não aceita seu sotaque
Vive  dando é ataque
Com os costumes do lugar
E também não quer aceitar
Sua história, seu passado,
Chama o povo de atrasado,
Querendo impor outra postura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.

Eu admiro muito seu Zé,
Gosto de dona Maria,
Porque com a sua alegria
Vai mostrando quem é,
E goste quem quiser,
Desse jeito de ser tratado,
Não vejo nenhum pecado,
Mas sim, carinho e doçura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.


Acordar com o galo cantando
Sentindo o cheiro do mato,
Isso é bem viver de fato,
É o sertão  que vem encantando
A natureza  que está falando,
- Olha Deus aqui do lado!
Se ela fala está falado,
É a verdade de forma pura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.


Tem fumo de rolo e  farinha
Muita alegria, conversa  e zuada
É a feira da semana esperada,
No Nordeste em toda cidadezinha
É quando se toma uma caninha
Pela alegria do lucro apurado
Ou esquecer  outro resultado,
Também tem o doce da raspadura.
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.


A história de Canudos e Conselheiro,
O forró e o baião de Gonzagão,
Os causos da vida de Lampião,
O grande Jackson do Pandeiro,
Lembrança do bando de cangaceiro,
Tudo poesia em verso bem versado,
La dentro do cordel bem ritimado,
Contando toda  nossa aventura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.


Vaqueiro na lida do dia a dia
Atrás de novilha desgarrada
Por dentro de caatinga bem fechada,
Não deixando fugir a alegria,
Nem desistindo da sua valentia
Dentro do seu gibão rasgado
Debaixo do chapéu de couro surrado
Aguentando toda essa quentura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.

A cacimba velha seca, vazia,
Só um pouco d'água pra beber
A criação começa a morrer,
Haja reza Jesus, Ave-Maria
É sofrimento dia após dia,
Um jegue de carote carregado
Caminhando léguas lado a lado,
É imagem de uma vida triste e dura,
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.

Quando a chuva cai lá no sertão,
Sobe  cheiro de terra barrunfada,
Começa a encher toda a aguada,
É sorriso aberto na cara do irmão,
Alegria que causa comoção,
É esperança nascendo no enlutado,
O cenário vai ficando alterado,
Nem parece mais aquele de amargura.
“ Quem não valoriza sua cultura,
Não merece ser respeitado”.

LAMENTO DE UM JURITÍ Autores:Onildo Barbosa e Clóris Andrade

LAMENTO DE UM JURITI
Autores: Onildo Barbosa e Clóris Andrade

Também é conhecida pelos nomes de
 arribaçãarribaçãobairari
cardigueiracardinheira
guaçuroba-pequena
juriti-carregadeirapairari
pararépararipomba-amargosinha
pomba-de-arribaçãopomba-de-bando
pomba-do-meiopomba-do-sertão
pomba-pararipomba-pararu
rabaçãrabaçãorebaçãribaçã 
ribação ou rolinha.


Certa tarde eu contemplava
O sol que se escondia
Quando um pássaro pousava
Numa jurema que havia
Era um pobre Juriti
Tão triste que percebi
Que ele queria fazer,
No seu canto uma denúncia
Cada nota, uma pronúncia
Bem fácil de se entender.

Na melodia tristonha
Que Juriti trazia
Mostrava a cena medonha
De um ato de covardia
O juriti sofredor
Me disse assim: Cantador!!
Viver pra mim já não presta,
Vim lhe relatar um fato
Um cruel assassinato,
Que abalou a floresta

Nós passarinhos vivemos
Sempre de arribação
Muitos horrores sofremos
Na chegada do verão
Somos vítimas das queimadas,
Das arapucas armadas,
Do disparo do gatilho,
O medo nos apavora
Nossa fauna e nossa flora
Não tem mais o mesmo brilho.

O fogo queimando a rama
A mando dos fazendeiros
Os lagos virando lama
Nossas florestas, cinzeiros,
Os homens, não nos dão tréguas
Voamos léguas e léguas
Procurando água e semente
Aonde vamos pousando
Tem sempre alguém esperando
Querendo atirar na gente.

Na chegada do inverno
O campo se ornamenta
Mas aí vira um inferno
Porque a caçada aumenta
Se a gente pousa num galho
Bebe uma gota de orvalho
Não se pode demorar!!
Nosso sossego é incerto
Tem sempre um caçador perto
Pronto para nos matar.

Hoje pro meu desengano
Ou por meu cruel destino
Parei na frente do cano
Da arma de um assassino.
Quando o dia clareou
Meu filho me convidou
Pra ir beber no riacho
Um lugar que tem bom clima
Flores e frutos por cima
E água fresca por baixo.

Lá outras aves felizes
Sempre bebem de manhã
Sabiás nhambu, perdizes
Canário, guriatã,
Eu não tinha percebido
Que tinha alguém escondido
Numa moita de capim
Para aumentar minha mágoa
Antes que eu bebesse a água
O homem atirou em mim.

O dia ficando claro
De repente escureceu
Eu só ouvi o disparo
A fumaça me envolveu,
O chumbo passou raspando
Vi muitas penas voando
Entre aquele desconforto
Tentei deixar o riacho
Sem querer olhei pra baixo
Avistei meu filho morto.

Fiquei desorientado
Em meio aquele estampido
Voava pra todo lado
Vendo meu filho ferido
Ainda estava respirando
Mas vi o Homem chegando
Com espingarda de mola
Pegou meu filho de mão
Bateu com força no chão,
E colou na sacola.

Os outros pássaros voaram
Em busca de outro rumo
Nas penas que me faltaram
Fui voar, perdi o prumo
No tiro eu perdi as penas
Restaram algumas pequenas
As maiores eu perdi,
Com essa dor no meu peito
Sem puder voar direito
Tive que parar aqui.

Meu filho cantava lindo!
Ao amanhecer do dia,
Quando o sol vinha surgindo
Era a maior alegria
Cantava ao som da cascata
Sua voz rompia a mata,
Dando vida a natureza
Sem ele estou infeliz,
O mundo dos juritis
Pra mim perdeu a beleza.

Responda-me cantador!!
Você já matou alguém?
Atire em mim, por favor!
Eu quero morrer também..
Nessa hora eu percebi
Que o pobre juriti
Tentou cantar mas não deu!!
Entre dor e desespero
O pássaro cancioneiro
Abriu o bico e morreu.

Depois da cena que vi
Um sentimento me resta
Em nome do juriti
Vamos salvar a floresta!!
Vamos frear as caçadas,
Dar um basta nas queimadas,
Preservando: fauna e flora,
Porque no ritmo que vemos,
O planeta em que vivemos
Pra se acabar não demora.

Vitória da Conquista, 03/07/2011


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Lá no Sertão - Tonico e Tinoco

Quem não conhece o anoitecer lá na roça.
Da porta de uma paioça, vendo a mata escurecê.
A lua cheia vem lá por trás do cerrado.
Espiando o namorado, procurando se escondê.

Quem não escuita o galo rei do terreiro.
Ele canta no puleiro, vendo o dia clareá.
Os camarada põem a cana pra moenda.
O carreiro da fazenda sai pra roça carria.

Quem não conhece uma cabocla bonita
com vestido de chita, numa noite de São João. 
Quem não conhece um regato soluçando,

A lua bate no seio virge da serra
                 que enfeita o corpo da terra que a natureza tem.
A poesia que nasceu do seresteiro
deste sertão brasileiro, Deus foi caboclo também.