"Eu vou ali fazer uma viagem
cadê coragem pra me despedir
não quero ir, meu Deus peço socorro
eu sei que morro de saudade do Siri."
Elino Julião, Siri Siridó, 1976
Seridó - região do Rio Grande do Norte
onde nasceu Elino Julião
Muitas vezes as charges
são feitas para ironizar uma pessoa
ou situação. Mas, essa de Elino Julião
serviu tão somente para exaltar sua simplicidade
sua ingenuidade e seu valor dentro do quadro musical
regional.
Trecho da Cronica Alex Medeiros
No dia do Falecimento de Elino Julião
Elino Julião está para a cultura do Rio Grande do Norte como Jackson para a da Paraíba. Sua carreira e discografia são marcas de um artista com fôlego musical e atemporal. Seu forró é original como o trio de instrumentos que agora experimenta ressurreição nos salões de dança, aquele que foi destaque até no "The New York Times". As louras que hoje rebolam cantando letras ridículas em forrós pasteurizados não amarram a chinela da "deusa do Mercado José".
Elino se foi como um pássaro cantante. Morreu na sua estação preferida, a estação das sanfonas, dos arrasta-pés, das fogueiras, dos balões, das canjicas. Elino não vai mais amanhecer o dia na festa do Senhor São João, em Mossoró. Mas em sua memória, vamos todos mandar brasa, pois ele gostava mesmo era de animação. Agora, cada vez que meu filho de nove anos pedir para ouvir "O Rabo do Jumento", eu vou morrer de dor. E por favor, avisa ao pessoal de casa: quem esquecer Elino Julião é um filho de goiamum.
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