Já era quase meio dia quando minha
mãe gritou: Tonho! Vem almoçar homem!!
Naquele dia Bendito o cardápio era: feijão branco
com manteiga de garrafa, nata, farinha de roça.
Pra dar um gostinho de sertão,
um molho de coentro bem verdinho colhido naquela hora,
na horta que meu pai fez, lá no fundo do terreiro
e uma cebola roxa picada.
também colhido de manhãzinha.
Minha mãe disse: só tire um de cada ninho, traga só os mais quentes!
E assim eu fiz. O mais quente é do dia.
Para a mesa ficar perfeita, uma salada com tomates silvestres,
tiradas de um pezinho que encontramos
na margem do rio que cortava o terreno e umas folhinhas de hortelã miúdo, picadas
com uma pitadinha de sal e um pouco de azeite.
Ao lado do prato de meu pai, uma cumbuquinha de barro
cheia de caldo de feijão com coentro picado e pimenta malagueta.
Ao invés de suco, uma caneca de café para acompanhar a fartura.
Almoçamos e agradecemos pelo alimento e fomos prosear na sala
ouvindo a Rádio Caturité da Bahia.
Meu nome é Inácio
Entre fulanos e sicranos
Meu nome é Inácio
Entre fulanos e sicranos
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