Sou o verde do sertão
na época da invernada
um retirante sonhador
na capital desvairada
viajo no pensamento
escrevendo meus lamentos
nas pedras da minha estrada
Sou filho da mata virgem
sou o canto do tetéu
sou pau de bater em doido
sou linha de carretel
não temo a noite escura
adoço a minha amargura
com a doçura do mel
Sou o ramo da gitirana
os espinhos das juremas
não sou poeta, faço versos
e transformo em poemas
quando me afogo em mágoas
levo pra lavar nas águas
do açude de Coremas
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