Dia do Nordestino - 08 de Novembro

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Síntese - Se fosse fácil todo mundo era - Maria da Paz


Síntese
Se fosse fácil todo mundo era
Maria da Paz dos Santos
Macaíba(RN), 09 de outubro de 2009

Os desencantos com a “Educação” já me fez perder “o brilho do olho” centenas de vezes, mas, por mera teimosia o danado do brilho sempre reacende, às vezes demora.
E sabe quando esse brilho reacende? Quando um colega me chega com pedaço de papel na mão e diz: - Vamos fazer um recital, uma aula passeio, uma caminhada. Naquele papel tinha apenas o objetivo do evento e de imediato vai aparecendo o brilho nos vários olhos que nos observa: o nosso aluno que diz: - Vai professora diz que sim! E aí quando Raquel em uma de suas falas disse: “Às vezes acontecem os erros por que nós permitimos”. É verdade. Com os acertos não é diferentes, eles só acontecem por que nós permitimos que o colega conte conosco. E não é fácil aceitar projetos impostos, mas, e mais uma vez, falo da permissividade. Implantar nossa colaboração dentro daquele pedacinho de papel. E como em todos os lugares existem os “corvos, - não faço projeto na “minha” escola porque os alunos não se interessam”. – não participo por que a direção não merece: - não conte comigo por que estou sem tempo, - não quero nem saber, pois, não ganho pra isso, - faço nada, ganho muito pouco, - não faço, não faço, não faço...
E aí, temos que trocar o provérbio título da síntese de Lucifrance “Um por todos e todos por um” por “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Dia 07 quarta feira pp. Levamos um grupo de alunos do “José Arinaldo Alves” para uma aula passeio no Iate Clube de Natal. O passeio pelas águas do rio Potengí foi encantador para aqueles garotos e garotas. Muitos deles nunca tinha ido a Natal e durante todo o percurso iam lendo placas de comércios e lojas que eles já conheciam pela televisão (a sombra da nossa sociedade citada por Vandemberg em sua síntese), e que agora já não sei se a TV é a sombra da nossa sociedade ou se a nossa sociedade é a sombra da TV, como por exemplo: “Vale do Pará – aqui vale a pena comprar”. Lá lembrei de Helder, que sugeriu que em um passeio desses, uma das fantasias é “arrochar as boys e os doidinhos”, pois assim que chegamos nos deparamos com uma equipe de alunos-soldados. As meninas ficaram eufóricas, fotos, olhares, poses. Esse passeio foi um acontecimento que mexeu muito com a Escola, porque só podíamos levar uma representação. Os alunos que ficaram de fora exigiam seus direitos, listagem de assinatura para tirar professor, movimentos. Tudo isso porque a escolha não foi democrática. Alguns desejaram que o barco fosse um Titânic. Muito bom. Esses movimentos são importantes e vão nos possibilitar trabalhar os pontos positivos e os negativos de todo o trabalho.
Ser professor, desafiar, coordenar, gerir, espantar corvos, nada disso é fácil. Se fosse fácil todo mundo era.

“SE FOSSE FÁCIL TODO MUNDO ERA” – frase da música “Filhos de Câncer (composição parceria: Raimundo Fagner/Zé Ramalho)

Dica de Leitura:
Livre-se dos corvos (Cuidado com os sugadores de energia)
Luiz Marins
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Livre-se Dos Corvos
"Corvos” são aquelas pessoas que vivem ao nosso lado dizendo que as coisas estão
ruins, só vão piorar e que não vão dar certo, não vão acontecer. São aqueles para quem
todo mundo é desonesto e mal intencionado. São aqueles que só falam mal dos outros. São
os que não conseguem conter a sua inveja e destilam maldades sobre os colegas de
trabalho, amigos e parentes o tempo todo. Corvos são aqueles que não participam de nada
na empresa e ainda chamam os que participam de “puxa-sacos”. Corvos são os que fazem
ironia e gozação de tudo o que acontece de inovador e que não tenha sido idéia deles
próprios. Os que fazem piadinhas de mau gosto sobre os colegas mais humildes. Corvos
são os que humilham seus colegas ou subordinados. São os chefes que só sabem criticar e
nunca elogiam. São os que se acham “os bons” e para quem todo mundo é ignorante.
Corvos são os que não admitem opiniões diferentes das suas.
Corvo, enfim, você sabe quem é. É essa pessoa que está na sua cabeça agora! Livre-
se dele ou dela!
Não dá para trabalhar hoje ou mesmo viver hoje com alguém puxando você para trás
ou para baixo o tempo todo. Esses “sugadores de energia” tiram de nós a vontade de
empreender, de trabalhar, de atender clientes, de inovar, de crescer. Quando menos
esperamos estamos “intoxicados” pela negatividade e maldade desses “corvos” que vivem
da carniça alheia e não enxergam sua própria condição de ser inferior que quer culpar o
mundo pelos próprios fracassos visíveis ou ocultos. Todo “corvo” é, na verdade, um infeliz
espalhando sua infelicidade.
Não deixe de pensar numa maneira de viver e trabalhar com pessoas sadias,
positivas, “pra cima”. Pessoas que vendo a parte difícil ou negativa da vida (que é claro existe)...


Se fosse fácil todo mundo era

Se fosse muito todo mundo tinha

Se fosse raso ninguém se afogava

Se fosse perto todo mundo vinha


Se fosse graça todo mundo ria

Se fosse frio ninguém se queimava

Se fosse claro todo mundo via

Se fosse limpo ninguém se sujava

Se fosse farto todos satisfeitos

Se fosse largo tudo acomodava

Se fosse hoje todo mundo ontem

Se fosse tudo nada aquí restava

Se fosse homem junto com mulher

Se cada bicho fosse como vou

Se fosse tudo claro pensamento

Nesse momento nada se criou


Filhos do Câncer
Zé Ramalho
Composição: Zé Ramalho - Fagner

Hoje quero sentir-me, quando deitar-me nas pedras
Como um lagarto que dorme, na incoerência das eras
Sentar-me-ei entre feras e sentirei no seu hálito
A solução das esperas e um sofrimento esquálido
Adormecendo as uvas, reconstruindo em favas
Aconteceram as chuvas, redespertaram em lavas
Compareceram em chamas, estrangularam as falas
Carbonizaram miúdos, perpetuaram-se em galas

Filhos de freud, filhos de marx
Filhos de brecht, filhos de bach
Filhos do câncer, filhos de getúlio
Filhos do carbono, filhos de lampião

Se fosse fácil todo mundo era
Se fosse muito todo mundo tinha
Se fosse raso ninguém se afogava
Se fosse perto todo mundo vinha
Se fosse graça todo mundo ria
Se fosse frio ninguém se queimava
Se fosse claro todo mundo via
Se fosse limpo ninguém se sujava
Se fosse farto todos satisfeitos
Se fosse largo tudo acomodava
Se fosse hoje todo mundo ontem
Se fosse tudo nada aqui restava
Se fosse homem junto com mulher
Se cada bicho fosse como vou
Se fosse tudo claro pensamento
Nesse momento nada se criou

Um comentário:

poetaeusou . . . disse...

*
por pensarmos que a vida é fácil,
a vida mais difícil nos parece,
e assim sendo, sem luta não há vida,
,
conchinhas, deixo,
,
*