- Por esse meu Nordeste existem muitos poetas matutos maravilhosos, mas, sem querer desmerecer nenhum, mas, depois de Patativa do Assaré, é Onildo Barbosa que mais representa as nossas matutagens, o nosso povo, o sofrimento, mas, principalmente os sentimentos de saudade e lembranças boas que ficaram lá nos sítios onde nascemos, onde alguns se criaram e outros lá permaneceram e/ou permanecem até hoje.
Vejam isso
PEREGRINANDO NOS VERSOS
DEPAREI COM SUA IMAGEM
TROPECEI NA POESIA
NAMOREI SUA PAISAGEM
ULTRAPASSEI MUITAS MILHAS
ENTRE GALO E ESTILHAS
PERDIDO NA MATUTAGEM.
DEPAREI COM SUA IMAGEM
TROPECEI NA POESIA
NAMOREI SUA PAISAGEM
ULTRAPASSEI MUITAS MILHAS
ENTRE GALO E ESTILHAS
PERDIDO NA MATUTAGEM.
Poesia de Onildo Barbosa
Meu Sertão de minha vida.
Caminhos por onde andei
Casa velha onde nasci
Açudes que me banhei.
Chapéu de couro curtido
Lua cheia de verão,
Cheiro de curral de gado
São retratos do um passado
Na minha imaginação.
Caminhos tortos, riacho,
Porteira aberta, vazante. Gravatá brotando cacho
Um sol se pondo distante
Rastros de pássaros na areia,
Sorriso de lua cheia,
Cantiga de Azulão,
Um rouxinol no telhado
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Um corocoxó de sapos
Brindando a água barrenta
Cabritos dando sopapos
Enquanto a cabra amamenta
Lençol de saco estendido
Um entardecer chovido
Um pé de manjericão
Num pote velho quebrado
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Um ninho de patativa
Feito de folha e raiz
A plantação de maniva
Um sertanejo feliz.
Boi comendo na baixada,
Uma viola afinada
Um poeta, uma canção,
Um martelo agalopado,
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Uma jurema florida
Numa manhã de neblina
Uma cabana pendida,
Uma cerca de faxina
Uma briga de caçote,
A jia dando pinote
Na beira do cacimbão
Um cururu escanchado
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Uma rolinha cantando
No galho da goiabeira
Um jumento se coçando
Nas estacas da porteira
Uma fogueira queimando
O cheiro do milho assando
No braseiro do fogão,
Rádio de pilha ligado
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Um jumento relinxando
Uma jumenta no cio
A meninada brincando
De peteca e currupio
Umbuzeiro de estrada
Uma algaroba copada
Catagem de algodão,
Um bizerro encurralado
São retratos do passado
Na minha imaginação.
Na forquilha da cozinha
Um ninho de jão de barro
Uma rã pequenininha,
Escondida atras do jarro
Num formsto de atilho
14 espigas de milho
penduradas no oitão,
um marimbondo arranchado
são retratos do passado
na minha imaginação.
EM CONSTRUÇÃO FUTURAS FOTOS SERÃO POSTADAS
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