Dia do Nordestino - 08 de Novembro

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Doidice de um quengo - Maria da Paz


Umas coisas são lembranças
Outras são doidice de um quengo

Tais sintino o cheiro de café torrano no caco?
E a vovó se preparano pra pilar?
A mamãe tá fazendo tapioca
É uma zuada inferná
Tem muleque grintano pra todo lado

As galinhas batendo asa
pra eu jogar uns grão de mii pra elas
Na rodagem de baixo o barui é dos carros de boi
As vacas tomém vão passano  na  estrada
É Zé Pedo que vai fazeno a arrebanhada

E lá no pé de Brauna, uma disgrama duma cigarra
Tá fazeno uma cantoria infindáve
Meu avô liga o raidinho de pilha
A musica qui toca agora é Asa Branca de Luiz
No paió de mii da sala, uns pintinhos faz a festa
Biliscano as espigas

E a peste da Maria barrendo a sala
Aguano o reboca e isbarrano a água nos meus pés
Faz isso não mulinga, que eu quero casar
Um minino do vizinho que tem pouco Juízo
Vai passando no terreiro com pouca roupa
E meu pai grita: Dudu, vai vistir a roupa, danado!

Uma fofoqueira do Baixio vem trazeno nuvidade
Diche qui pras banda do serrote nasceu um bizerro 
E o bichinho nasceu com duas cabeças. Ave Maria!!!
Tá todo mundo, indo prá lááá

No batente da sala, um grupe de vizim joga cunversa fora
O falatório era sobre a voz do Brasi de ontem.
Nelso disse que achou ingraçado o nome do prisidente do Brasi
E milho Garrafa Azul Medes. Todos riram

Já a pueira que se formou na rodagem véia
São os vaqueros tangendo o gado lá pra bandas do Jacu
Tanta coisa ao mermo tempo que eu ia

barrer terreiro
Mas, na confusão danada, dei uma discurpa isfarrapada
E fui brincar de buneca com as minina da vizinha.
E o resto do dia foi normá cuma todo dia.






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