Dia do Nordestino - 08 de Novembro

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quando falo de Sertão, falo dessa simplicidade

Quando falo de sertão
Não falo de pobreza,
de fome  ou coisa assim
Falo da simplicidade
que nem sempre a gente encontra 
cá pras bandas da cidade
Falo é de natureza 
de levante de manhã cedinho 
ir no curral, chamar Mimosa
 e voltar com o leite puro
É desmamar o bezerro
Criar cabrito, carneiro
Dizer que um cercado cheio de animais
Ouvir o canto dos pássaros sem precisar de gaiola
Sentar toda tardinha
e num banco improvisado 
debaixo de uma latadinha
 reunir toda a família
conversar, sorrir cantar e brincar
depois de um cansativo dia de luta
E aquela casa de taipa sem luxo 
e sem muito aparato
Apenas umas redes, uma mesa e uns tamboretes
Um fogão de lenha e duas malas de roupa
Quem sabe um rádio ligado
Num programa de Am
Tocando belas toadas
Contando estórias de matutice
Mostrando o valor das coisas
Um cenário de beleza é um belo por do Sol
Arribaçãs se mudando, as rolinhas barrocando
E até se aninhando
O burrinho alimentado com o milho ali plantado 
A alegria de todos que nesse lugar se escondem
Se escondem pra não perder a nobreza 
Por que num lugar como esse 
não há espaço para pobreza.
A alma pura, o coração limpo
E uma boa noite de sono







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