O Solar Ferreiro Torto localiza-se em Macaíba a 18 Km de Natal, no estado do Rio Grande do Norte e destaca-se por ser um marco histórico, que remonta ao ano de 1614, quando era conhecido por Engenho Potengi.
Forças holandesas atacaram o local por diversas vezes. Bastante destruído pelos combates, em 1847 o prédio foi reconstruído. E em 15 de setembro de 1989 foi tombado pelo Patrimônio Estadual.
== Lenda do solar do ferreiro torto A filha do senhor do engenho se apaixonou por um escravo. Esse assunto já era notícia do engenho, até que um dia o pai viu os dois conversando. Então ele resolveu agir rapidamente, e foi pegar uma arma para matar o escravo, mas quando ele atirou, sua filha se botou na frente e o pai acabou matando ela própria. Com muita raiva desse escravo, ele chamou os capitões-do-mato que o enterraram vivo.
O Engenho do Ferreiro Torto, construído no século XVII, inicialmente tinha o nome de Engenho Potengi, e foi o segundo engenho de cana-de-açúcar a ser erguido no Rio Grande do Norte. Não durou muito, devido à má qualidade de suas terras para a produção de cana-de-açúcar. Pertenceu a Francisco Coelho, segundo as sesmarias concedidas ao mesmo de 1602 a 1611 (Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, sob os números 42, 104, 143 e 171, Volume VII).Foi nesse local onde se deu a primeira matança de colonos depois da ocupação holandesa de 1630. Os holandeses, ajudados pelas ferozes tribos dos Janduís e estimulados pela perversidade do capitão Calabar, atacaram o engenho, onde vitimaram o Cap. Francisco Coelho e toda sua família, além de 60 pessoas que nele haviam se refugiado, praticando ali todos atos de selvageria.Após o assalto a Ferreiro Torto, seguiu-se o terrível massacre de Cunhaú em 1634 por Jacob Rabi.A região permaneceu desabitada por vários anos. Em 1845, o Cel. Estevam José Barbosa de Moura herdou a propriedade do Ferreiro Torto. Dois anos depois, em 1847, o Cel. Estevam derrubou as antigas construções de taipa existentes, e construiu o atual casarão, denominando-o de Solar do Ferreiro Torto.O Cel. Estevam Moura era também dono do casarão que, atualmente, é o Solar Caxangá, onde residia nesse local. O Ferreiro Torto era utilizado nos finais de semana.Ferreiro Torto é hoje o nome de um engenho situado à margem direita do rio Jundiaí e à pequena distância de Macaíba. É possível que o primitivo engenho não tivesse sido construído no mesmo lugar do atual, mas devia ficar nas imediações” (pág. 87 - 88).No final da segunda metade do século XIX, o Ferreiro Torto foi vendido e passou a ser proprietário da família Vasconcelos Chaves, onde nasceu em 1875 o notável penalogista Dr. João Chaves.Anos depois, o Ferreiro Torto passou novamente a pertencer a outro Francisco Coelho, que procedia de Macau.No início do século passado, a propriedade pertenceu a Bruno Pereira. Vale destacar o capítulo “A vida na Fazenda Ferreiro Torto”, do livro O Giramundo, de autoria de Aécio Pereira de Souza, filho do Sr. Bruno Pereira.O nome Ferreiro Torto, segundo afirma Aécio, teve origem em um coqueiro muito alto e torto, que existia bem próximo à porteira da fazenda, e quase embaixo dessa árvore um ferreiro havia montado a sua tenda e oferecia os seus serviços aos tropeiros, que por ali passavam e tinham necessidade de corrigir as ferraduras dos seus animais.Na década de 1920, o rio Potengi vinha até o antigo cais próximo ao sobrado da casa grande e era possível navegar da fazenda até o cais do Passo da Pátria, em Natal.Era, com certeza, a propriedade mais bonita e que oferecia melhores condições de utilização dos recursos naturais da região. O terreno era coberto por extensa floresta de mata atlântica, em que parte ainda permanece conservada. Havia também o canavial que abastecia o engenho, a plantação de mandioca que fornecia matéria-prima para o fabrico de farinha e nos seus pomares frutas variadas de sabor inigualáveis.O último proprietário do Solar Ferreiro Torto foi a viúva Machado. Na década de 1980, o Solar foi restaurado para se tornar a sede do Poder Executivo do Município, o que, infelizmente, modificou a estrutura original do prédio.Nos dias atuais, o Solar do Ferreiro Torto, tombado pela Fundação José Augusto, guarda em seus aposentos a história do Município de Macaíba.
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