Dia do Nordestino - 08 de Novembro

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sertão de carne e alma -Ivanildo Vila Nova e Geraldo Amâncio


No tempo da mocidade
Eu também já fui vaqueiro.
Não tinha jurema grossa,
Mororó nem marmeleiro.
Fui cabra de vista boa,
Negro de corpo maneiro.
Pinto de monteiro
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Sertão de Carne e alma
Ivanildo Vila Nova e
Geraldo Amâncio

Uma tarde de inverno no sertão
É um grande espetáculo pra quem passa
Serra envolta nos tufos de fumaça
E agua forte rolando pelo chão
O estrondo da máquina do trovão
Entre as nuvens do céu arroxeado
Um raio caindo assombra o gado
Atolado por entre as lamas pretas
Rosna o vento fazendo piruetas
Nas espigas de milho do roçado

No sertão quando é bem de manhãzinha
Sertanejo se acorda na palhoça
Chama o filho mais velho e vai pra roça
A mulher toma conta da cozinha
Faz um fogo de lenha e encaminha
Um guizado, angú quente ou fava pura
E depois de fazer essa mistura
Sai façeira igualmente uma condessa
Com um tibungo de barro na cabeça
E vai levar aos heróis da agricultura

Falar mal do sertão hoje não ouço
Não se entrega ao cansaço ou enxaqueca
Um herói pelejando contra a seca
Contra a cheia combate sem sobrosso
Respeite a moral de velho ou moço
Se quiser ter a sua respeitada
Sem Brasil a América é derrotada
Com Brasil a América vale mil
Sem Nordeste o Brasil não é Brasil
Sem sertão o Nordeste não é nada

Museu Interativo do Semi-Árido:

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