Dia do Nordestino - 08 de Novembro

sexta-feira, 3 de abril de 2015

A inocência em sua essência

Milhares de pessoas compartilharam a imagem de uma criança síria com as mãos para cima, como se estivesse se entregando, ao confundir a câmera fotográfica com o cano de uma arma.
A criança é uma menina, Hudea, de 4 anos. A imagem foi tirada no campo de refugiados de Atmeh na Síria, em dezembro do ano passado. Hudea viajou ao campo - a cerca de 10 km da fronteira turca - com a mãe e dois irmãos, a 150 km da cidade deles, Hama.
Na sexta-feira, a imagem foi compartilhada no Reddit, onde recebeu mais de 5 mil votos positivos e 1,6 mil comentários.
Não demorou para que surgissem acusações de que a foto era falsa. Muitos no Twitter questionaram quem seria o autor da foto e porque a imagem havia sido postada sem crédito.
Nadia confirmou que não tinha tirado a foto, mas não sabia explicar quem havia feito a imagem.
No Imgur, um site de compartilhamento de imagens, um usuário pesquisou a origem da fotografia - um clipping de um jornal - e disse que ela era real, mas tirada "por volta de 2012". A mensagem também nomeou o fotógrafo: o turco Osman Sağırlı.
A BBC conversou com Sağırl, que agora trabalha na Tanzânia, e desvendou o mistério.
"Eu usei uma lente de telefoto e ela pensou que fosse uma arma", disse Sağırlı.
"Depois que eu tirei eu olhei (para a foto) e percebi que ela (a criança) estava assustada, porque ela mordeu os lábios e levantou as mãos. Normalmente, crianças correm, escondem os rostos ou sorriem quando veem uma câmera", disse.
Ele diz que fotos de crianças dos campos de refugiados são especialmente reveladoras.
"Você sabe que há pessoas que foram desalojadas nos campos. Faz mais sentido ver o que elas sofreram através das crianças e não dos adultos. São as crianças que refletem os sentimentos com a inocência que têm".
A imagem foi publicada inicialmente no jornal Türkiye em janeiro e foi amplamente compartilhada pelas redes sociais em turco, mas só na semana passada tornou-se viral em mídias na língua inglesa.

Fonte: BBC - Brasil

Nenhum comentário: