E agora... O mundo num acabô –
Maria da Paz
24/12/2012
O mundo num acabô
Agora o que vou fazê?
Gastei todo meu din’ero
Pensane qui ia morrer
Pedi din’ero emprestado
Pensane que num ia pagá
Agora tô individado
E as contas atrasada
Tão me deixano gagá
Gastei tomem sem pensar
o din’ero do alugué
É só chegano papé
A Fatura do cartão
O carnê da prestação
A luz não pago há três mês
A água faz mais de seis
Os credos do cerular
Num se alembro de butar
Chamo ele pai de santo.
Só recebe, sem ligar
Meu Deus será qui cunsigo
Resolver tanto vudum
Quem foi o fio da mãe
Qui inventou essa infame
Qui no dia vinte e um
Tudo ia pru cabum
Vou obrigar esse infeliz
Pagar todas minhas contas
E tomem convencer
Meu marido a me pardoar
Pois fartando só um dia
Inventei de cunfessar
Uns pequenos pecadinhos
Disse a ele que meu fio
Era fio do vizinho
E pra aumentar meu padicer
O vizim mandou dizer
Qui eu trate de mi mudar
Pois se a muiê dele mi pegar
O dia vinte i um pode até num vortar
Qui minha sina tá traçada
Maria de Seu Zé Maia
Essa raça de profeta
Diz: se num foi num cabum!!!
Vai ser n um pá, pá, pá!!
Ou quem sabe um tum, tum, tum!
Mais Cuma sou atrevida
Diga a ela que incaro
Si num tive medo de Nibiru
Vou ter medo
Dessa boca de balai
Dos cabelo de imbira
Se meta cumigo não
Qui eu corto de navaia.
Ela pensa qui num sei
Qui quando ela passa na rua
A moçada do bar da Lua
Chamum ela de Gení
Si eu pequei
Mais foi só um pecadinho
E ela pecou à vontade
De aimirante a sordado
De prefeito a delegado
O padeiro, o leitero,
E tomem o incanador
Omi pra ser cinsero
Cum dotôr,
e até o chefe do cimitero
Eita Muié chifreira, lacraia
Essa tá de Maria Maia.
Toda essa desgrassera
se sucedeu por mintira
Eu pensei seu moço
qui o dia vinte i um
era a data derradera.
Um comentário:
Da Paz, fico feliz por você ter seguido o meu blog, e mais feliz ainda por você ser quase minha conterrânea.
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