Dia do Nordestino - 08 de Novembro

domingo, 27 de março de 2011

27 de Março - Dia do Circo

Abelardo Pinto ou Palhaço Piolim. Nasceu em Ribeirão Preto aos 27 de Março de 1897. Filho do dono Circo Piolim, o que lhe rendou o apelido. Homem de bom Coração, realizou vários trabalhos  voluntários. Sua maior preocupação era divulgar a arte e a Cultura circense. A data do seu nascimento  é lembrada como forma de homenagem  ao maior Palhaço de todos os tempos no Brasil. Morreu aos 76 anos sem realizar seu maior sonho “Fundar uma Escola de Circo Para ensina a arte circense para fazer manter a tradição Cultural e artística do Circo.

Breve  História da Arte do Circo – Talento e Tradição
Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações antigas já praticavam algum tipo de Arte Circense há pelo menos 4 000 anos.
Mas o circo como hoje só começou a tomar forma durante o Império Romano.

O Circo é uma Arte milenar que reune artístas de diferentes especialidades : como acrobacia, malabarismo, palhaços, contorcionismo, equilibrismo, monociclo, ilusionismo, entre outros.
Um circo é organizado em uma arena – picadeiro circular, com assentos em seu entorno; os Circos que viajam por diferentes regiões costumam se apresentar sob uma grande tenda ou lona.
O Novo Circo é um movimento recente que adiciona às técnicas de circo tradicionais a influência de outras linguagens artísticas como a dança e o teatro,levando em conta que a música sempre fez parte da tradição circense. No Brasil existem atualmente vários grupos pesquisando e utilizando esta nova linguagem.


Carequinha, "o palhaço mais conhecido do Brasil" cantava assim:
"quando vejo uma criança bem sapeca/
eu me lembro que também já fui assim/
por minha causa o papai ficou careca/
e a mamãe ficou velha depressa por causa de mim./
O papai comprou/ pra mamãe usar/ um chicote de amargar/
com o tal chicote/ dei tanto pinote/ que aprendi dançar o xote".

segunda-feira, 14 de março de 2011

14 de Março - Viva a Poesia

Soneto - Querer

Quero embrenhar-me
em teu sorriso doce
e te abraçar

Esse falar manso
me fez gostar
Quero te ver, sorrir, chorar

Quero aninhar-me
ao teu ladinho e no
calor do teu corpo
me aquietar

Quero, quero, quero
por entre as linhas do
teu molejo, andar tão meigo
que não consigo alcançar.

Maria da Paz
14/03/2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

Amor em quatro atos - Maria da Paz

Amor em quatro atos
 Por  que não pensei nisso antes?
A rede Globo de Televisão apresentou a poucos dias um seriado de quatro dias tendo como pano de fundo, ou melhor, pano de frente, músicas de um dos maiores compositores brasileiros "Francisco Buarque de Holanda.
Contrariando a programação da televisão brasileira que anda em baixa, o seriado foi muito bom e comentado na Escola. Claro que alguns alunos ficaram a ver navios, ou melhor "a ver nau catarinetas na Cidade Alta", Óh! James, filho de uma putinha como te odeio. Mas, acho muito proveitoso o não entender Chico Buarque - Máquina, mágica, última, única; Paredes sólidas, pocote bêbado: Te perdou por te trair, te ver em Paris, contrair uma doença em Ilhéus. Essa mágica dos trocadilhos que confundem os menos atenciosos me deixa alucinada. Chico é o cara - aquí na Terra é claro. 

Construção

Chico Buarque

 

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague


As Vitrines 

Composição : Chico Buarque

Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão
- Olha pra mim
- Não faz assim
- Não vai lá não
Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir
Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar
Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

Folhetim

Se acaso me quiseres,
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.
E, se tiveres renda
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.
E eu te farei as vontades.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.
Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.

Não deixa um soldado fiel morrer