Meu patrão, sô sertanejo.
Eu nasci neste torrão!
Fui tarvez o mais andejo
Dos cantadô do sertão...
Fui cacheiro chapado
Fui cantadô macriado
No martelo e no rojão.
Cunheço o Brasí, todinho:
Agreste, mata e sertão.
Arrastei pelos caminho
Muita alegria e afrição!
Eu tive a filicidade
De quage in toda cidade
Causá admiração.
Eu era desempenado,
No braço do violão.
Fazia um tarrabufado
Da prima para o bordão.
E naquele remelexo
A nega caia o queixo,
E eu entrava de cão.
Tive umas mí namorada
De todo tipo e padrão.
Céga, muda e alejada
Tudo entrava no arrastão
Toda muié me servia...
E a todas prometia
Um lugar no coração.
Namorei uma maluca
No Estado do Maranhão
Chamavam ela PUPUCA
A dôida era um peixão,
-Por essa fui embeiçado-
Se não fosse o Delegado
Tinha feita a arrumação.
...Porém o tempo machando
Sem dó nem comtempração
Foi pouco a pouco matando
A minha reputação...
Hoje tô véio, cansado
Só me resta do passado
tristeza e rescordação.
Num tenho mais alegria,
Morreu minha inspiração!
Num faço mais puisia
Num toco mais violão,
Só uma coisa me catuca
É a sodade da maluca
Que deixei no Maranhão.
Renato Caldas.
Eu nasci neste torrão!
Fui tarvez o mais andejo
Dos cantadô do sertão...
Fui cacheiro chapado
Fui cantadô macriado
No martelo e no rojão.
Cunheço o Brasí, todinho:
Agreste, mata e sertão.
Arrastei pelos caminho
Muita alegria e afrição!
Eu tive a filicidade
De quage in toda cidade
Causá admiração.
Eu era desempenado,
No braço do violão.
Fazia um tarrabufado
Da prima para o bordão.
E naquele remelexo
A nega caia o queixo,
E eu entrava de cão.
Tive umas mí namorada
De todo tipo e padrão.
Céga, muda e alejada
Tudo entrava no arrastão
Toda muié me servia...
E a todas prometia
Um lugar no coração.
Namorei uma maluca
No Estado do Maranhão
Chamavam ela PUPUCA
A dôida era um peixão,
-Por essa fui embeiçado-
Se não fosse o Delegado
Tinha feita a arrumação.
...Porém o tempo machando
Sem dó nem comtempração
Foi pouco a pouco matando
A minha reputação...
Hoje tô véio, cansado
Só me resta do passado
tristeza e rescordação.
Num tenho mais alegria,
Morreu minha inspiração!
Num faço mais puisia
Num toco mais violão,
Só uma coisa me catuca
É a sodade da maluca
Que deixei no Maranhão.
Renato Caldas.