Dia do Nordestino - 08 de Novembro

domingo, 8 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Saudade da Bahia - Dorival Caymme





Ai, ai que saudade eu tenho da Bahia,

Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia:

Bem, não vai deixar a sua mãe aflita,

A gente faz o que o coração dita,

Mas este mundo é feito de maldade e ilusão.

Ai, se eu escutasse hoje não sofria,

Ai, esta saudade dentro do meu peito,

Ai, se ter saudade é ter algum defeito

Eu pelo menos mereço o direito

De ter alguém com quem eu possa me
 
confessar.

Ponha-se no meu lugar

E veja como sofre um homem infeliz,

Que teve que desabafar

Dizendo a todo o mundo o que ninguém diz.

Veja que situação

E veja como sofre um pobre coração,

Pobre de quem acredita

Na glória e no dinheiro para ser feliz.




Matuto na rede - Rau Ferreira



     Rau Ferreira (*)

Pr’um matuto como eu
Rede é tudo de bão.
Imagine agora uma rede
Que não é de algodão!...

Que não tem punho
Nem fica longe do chão;
Não se balança; navega!
E cabe todo o mundão.

É u’a rede assim, assim...
Cheia de borogodó e botão
De um zunido diferente
Do que há lá no sertão.

Agente não fica deitado
Nem dá pra dormir não;
Fica conectado, prugado,
Quando vê, gasta um tempão!

E prega no matuto
E olhe, não sai não!
E quando cai a nossa rede
Vixe, é só lamentação...

É brogui, tuiti e siti,
Tudo numa só marcação.
Crica aqui, crica acolá
Vai vendo numa televisão.

Pesquisa de um tudo
E aparece num balão.
O matuto parece douto
Com tanta informação.

Tem lá um tal de meio
Meio pra mim é fração!
Mas nesse a gente escreve
E troca de opinião.

E o rato? É uma bola
com dois botão!
O rabo bem fininho
Fica mexendo na mão.

As letra a gente cata
Espaiada no quadradão
Copia aqui, cola acolá
Em segundo de fração.

E pra mode nóis escutar
O som que é dos bão
Tem duas caixinhas de lado
Grita mais que porco barrão.

A vista inté que dói
O bucho ruge que nem leão
Trago a comida pra perto
Vou comendo de ração.

O moleque de casa
Não brinca de pião
Joga no ocut o dia todo
Naquele troço é campeão.

Diz ele que tem muita
Colheita e plantação
Mas que fazenda é essa
Que não pega no enxadão?

A muié fica ligada
Revezando no fogão
É vendo a Ana Braga
E clicando no feição.

Tenho medo que ela queime
Na panela o feijão
Mas muié faz duas coisas
Com muita precisão.

Homi é que não consegue
Ter de si duas atenção
É uma coisa ou outra
E duas não pode não!

Ah quando termina o tempo
Vai embora meu tostão
Dá uma vontade danada
Mas da rede não saio não.

Eita coisa porreta!
E tudo na palma da mão
Esse matuto na rede
É só satisfação!

Rau Ferreira

Escola Publica Estadual no Rio Grande do Norte

Escola Estadual "Henrique Castriciano de Souza - chuvas de Junho de 2013
Macaíba RN
Esta foto foi tirada por mim, vice diretora, depois de muitas tentativas de resolver o 
problemas de consertar o teto da Escola (madeira e telhas estragadas).
Quase deu certo
Houve uma maquiagem, mas valeu!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Rosa - Orlando Silva


Rosa

Orlando Silva

Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...
Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...
Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...
Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor...
Tu és de Deus
A soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...
Perdão!
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor!
Meu peito não resiste
Oh! meu Deus
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...
Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...